Livro destaca papel fundamental do etanol para rápida descarbonização da mobilidade

Luiz Augusto Horta Nogueira, pesquisador em estudos energéticos do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE) da Unicamp. No destaque: Capa da publicação. Crédito: divulgação.

Publicação BioethanoI – Fast Track to Mobility Decarbonization, que tem seu lançamento previsto para o início de 2025, trará dados técnicos, econômicos, ambientais e sociais sobre a experiência brasileira no uso do etanol na mobilidade. Sumário da publicação foi apresentado durante o BBEST – IEA Bioenergy. Obra conta com contribuições de 40 pesquisadores brasileiros.

São Paulo, novembro de 2024 – A experiência brasileira no uso do etanol na mobilidade, com os avanços tecnológicos, econômicos, sociais e ambientais registrados no país a partir do crescimento da produção e uso de biocombustíveis, é o tema da publicação BioethanoI – Fast Track to Mobility Decarbonization, previsto para ser lançado no início de 2025. O pré-lançamento da publicação, com a apresentação do sumário para formuladores de políticas públicas, documento preliminar com pouco mais de 40 páginas, ocorreu durante o BBEST – IEA Bioenergy, em São Paulo.

A publicação, coordenada e patrocinada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), órgão ligado ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, trará contribuições de 40 pesquisadores brasileiros, com revisão da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA) e Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA).

Nesse livro são abordadas, além de questões econômicas e sociais, a notável evolução tecnológica na produção e uso dos biocombustíveis no país, especialmente o bioetanol, produzido a partir da cana-de-açúcar e do milho e utilizado com alta eficiência.

Luiz Augusto Horta Nogueira, pesquisador em estudos energéticos do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE) da Unicamp e coordenador da publicação, disse, durante a apresentação do sumário para gestores de políticas públicas, que a ideia original dos coordenadores era a atualização de um estudo anterior, Sugarcane Based Bioetanol: energy for sustainable development, publicado em 2008.

Avanços e crescimento
Entretanto, foram tantas as mudanças ocorridas no setor e no mundo na última década que apenas uma atualização não faria sentido. “No período, a tecnologia de produção e conversão de biomassa avançou, o uso da biomassa cresceu expressivamente, tivemos a aprovação do Renovabio, importante política compensatória e de incentivo ao uso dos biocombustíveis no país e tivemos o desenvolvimento dos veículos híbridos flex. Foram tantos os avanços que uma simples atualização não fazia sentido, daí optamos pela produção de uma nova publicação”, explicou.

De acordo com Nogueira, a publicação está baseada em artigos científicos e muitos dados que comprovam que os biocombustíveis são a melhor alternativa para rápida a descarbonização da mobilidade, não apenas no Brasil, mas para o mundo. “A publicação trará dados que indicam claramente que a opção pelos biocombustíveis é a melhor alternativa que o mundo dispõe para descarbonizar rapidamente a mobilidade e evitar o agravamento do aquecimento global”, disse.

Transição energética
“Se engana quem acha que a transição energética já está acontecendo na mobilidade. Não está”, adverte. Nogueira apresentou dados que indicam que o consumo de energia fóssil, na mobilidade mundial, aumentou de 2011 para 2021 e que a fração de renováveis nesse consumo não chega a 4%. Além disso, essa pequena fração vem quase que na sua totalidade da bioenergia. “A geração de eletricidade na maioria dos países e produção de baterias para veículos elétricos a baterias provocam elevadas emissões de gases de efeito estufa e são necessários investimentos pesados em infraestrutura, portanto falar em rápida descarbonização da mobilidade por meio dos veículos elétricos a bateria faz pouco sentido”, disse.

De acordo com o cientista, a publicação comprovará que a transição energética na mobilidade precisa dos biocombustíveis não apenas porque são sustentáveis, mas sim porque eles são bons, inclusive elevando a eficiência dos motores. “Isso permite que os veículos híbridos a etanol sejam a alternativa mais consistente para descarbonizar a mobilidade em todo mundo: reúne o melhor combustível com o melhor sistema de propulsão”, garante.

Uso da terra e empregos
Entre os temas que também serão abordados pela publicação está o sempre polêmico uso da terra, a suposta disputa de espaço entre a produção de alimentos e biocombustíveis. “Infelizmente essa é uma polêmica que tem persistido ao longo dos anos e que nossa publicação mostrará ser absolutamente falsa. Apresentaremos dados relevantes que indicam que o aumento da produção de alimentos e de biocombustíveis caminham juntos”, pontuou.

Como exemplo, o pesquisador adiantou dados que indicam que, no Brasil, entre os anos de 1975 e 2021, a população do país dobrou, enquanto a produção de soja cresceu 13 vezes, a de milho 5 vezes, a de proteína bovina subiu 4,5 vezes e, ao mesmo tempo, a produção de etanol aumentou 70 vezes. “O Brasil tem ocupado uma área muito pequena para a produção de etanol, cerca de 4% de toda área utilizada pela agricultura. Aumentamos dezenas de vezes a produção de etanol e não faltou comida. Pelo contrário, a produção cresceu”, disse. “Não se trata de cobrir o mundo de energy crops. É possível produzir bioenergia e alimentos de forma integrada, como mostram as pesquisas incluídas na publicação”, complementou.

Horta informou, ainda, que a produção de biocombustíveis, em toneladas equivalentes, gera seis vezes mais empregos do que a de combustíveis fósseis. “Importante destacar que esses dados de emprego se referem ao período pós-mecanização da colheita”, enfatizou. Para o coordenador da publicação, os dados inseridos indicam claramente que para os países em desenvolvimento e com disponibilidade de terras, a produção de biocombustíveis é uma oportunidade para alavancar o desenvolvimento econômico e social.

O papel da diplomacia brasileira, que tem atuado de forma correta e eficiente em promover os biocombustíveis sustentáveis ao redor do mundo, foi elogiado pelo pesquisador. “O Ministério das Relações Exteriores tem sido ativo e efetivo no esclarecimento das potencialidades dos biocombustíveis, em particular em países do sudeste asiático. A Índia, por exemplo, com o apoio brasileiro, em muito breve se tornará um dos maiores produtores de bioenergia no mundo. Bom para os indianos e para todo o planeta”, finalizou.

O sumário para gestores de políticas públicas do livro BioethanoI – Fast Track to Mobility Decarbonization pode ser baixado AQUI.

Important information:

  1. The student must be a member of SBE and present his(er) work at the event.
  2. The amount of resources allocated to support students is limited, and requests will be considered on a first-come, first-served basis.
  3. The student must register for the event and contact SBE (sbe.bioenergy@gmail.com), attaching a copy of his(er) work and proof of enrollment in an Undergrad or Graduate Program.
  4. Supported students will receive a voucher to be used in the event’s registration system.
  5. SBE support is exclusively for the registration until July 31, 2024 (early registration).

 

We look forward to seeing you soon and wish you success in your bioenergy endeavors.

Sincerely,

Rafael V. Ribeiro
President of SBE

CATEGORIES

RECENT POSTS